“O objetivo do projeto INSS Digital é implantar a experiência piloto do novo modelo de atendimento em cinco polos de análise por superintendência e em 300 agências, de forma paulatina, até o final deste ano.
A implantação do projeto será realizada em cinco fases, uma a cada mês, e, com base no acompanhamento dos resultados da experiência nas superintendências e gerências-executivas e colaboração dos servidores envolvidos, tanto nas APS (Agência da Previdência Social) quanto nos polos de análise, os fluxos operacionais do projeto serão construídos e aperfeiçoados. E, caso os resultados sejam satisfatórios, em 2018, o INSS Digital será implantado nas demais agências de forma gradual e controlada.¹”
Apesar da confusão com os termos e a desconexão do objetivo apresentado, podemos dissecar as informações e colocá-las de acordo com a realidade, delimitando o tamanho da rede de atendimento do INSS e esclarecendo a diferença dos significados de “piloto” e a não citada “prova de conceito”.
A rede de atendimento do INSS é formada por: I - a infraestrutura própria de atendimento direto e permanente ao cidadão, que compreende 1.567 Agências da Previdência Social; II - as infraestruturas temporárias e/ou intermitentes de atendimento, composta por APS Móvel Flutuante (05 unidades) e APS Móvel (02 unidades); III - a infraestrutura de atendimento indireto realizado para consecução de Demandas Judiciais (86 unidades) e Acordos Internacionais (07 unidades); IV - a infraestrutura dos entes federados, os PrevCidade (90 unidades); e, V - a infraestrutura de atendimento terceirizada, as Centrais de Teleatendimento (03 unidades). Por isso, quando se fala de 300 agências, devemos ter em mente o foco nas unidades convencionais (a primeira citada).
Um “teste-piloto” pode ser definido como um teste preliminar, de caráter experimental, aplicado a uma pequena amostra, que serve para avaliar aspectos de seu funcionamento e corrigir eventuais falhas antes de sua implantação definitiva. Trazendo para o caso do Projeto INSS “digital”, o objetivo aventado é alcançar o “número mágico” de 300 agências, isto significa 19% das unidades convencionais, ou seja, não se trata de um teste-piloto, mas a implantação a qualquer custo.
Uma “prova de conceito” pode ser denominada como o modelo prático que possa provar o conceito (teórico) estabelecido, ou uma implementação, em geral resumida ou incompleta, de um método ou de uma ideia. Novamente, não foi isso que vimos na implantação realizada na GEX Mossoró, que demonstrou a inviabilidade do projeto nos marcos atuais, apesar da tentativa de distorção com o Relatório divulgado na intranet, conforme apontamos.
Outros termos apresentados são apenas parte da maquiagem do marketing. “Implantação em fases”?, leia-se: ritmo acelerado para impor o projeto. “Colaboração dos servidores”?, obviamente soa mais suave do que a realidade da sobrecarga de trabalho. Os fluxos operacionais de trabalho na forma atual não possuem sequer uma compilação de atos normativos, por isso, não é plausível crer mudança neste projeto opaco.
A implantação a qualquer “custo” significa sobrecarga de trabalho, represamento de processos e piora do atendimento ao cidadão. Em suma, a denominação de “piloto” talvez caberia se fosse kamikaze.
_______________
¹ Extraído de "INSS DIGITAL - Perguntas Frequentes"
Veja também:
- Respostas Sinceras #01: O que é o Projeto INSS Digital?
- Respostas Sinceras #03: Quais os resultados esperados do projeto INSS “digital”?
- Respostas Sinceras #04: Quais as Vantagens do INSS Digital para os servidores?
- Respostas Sinceras #05: O que é Acordo de Cooperação Técnica? Como será o controle sobre esses entes?
Comentários
Postar um comentário