“O projeto proporciona para os servidores um ambiente mais tranquilo para a análise de benefícios, com o fortalecimento da utilização da “retaguarda das agências” e dos pólos de análise, maior rapidez no despacho de processos com a inexistência de algumas atividades manuais, como carimbar e numerar processos físicos, e a melhoria da infraestrutura e das condições de trabalho dos servidores, como, por exemplo, melhoria do link de internet das agências e pólos de análise, e a recomendação para fornecimento de dois monitores para o servidor que atua na análise de benefícios.
O projeto também tende a proporcionar uma redução na demanda presencial nas agências, o que irá gerar um ambiente favorável ao trabalho nas unidades.¹”
As crescentes pressões pelo atingimento das metas institucionais, as decadentes condições de trabalho (sistemas, rede de dados, infraestrutura, normas dispersas, etc.) e a expectativa frequentemente frustrada do cidadão dada a normatização restritiva, propiciam uma atmosfera para atendimento extremamente desgastante.
É comum encontrarmos colegas que têm aversão do atendimento ao público, entre outros motivos, devido aos estresses constantes ao qual somos submetidos em razão tanto da ignorância proposital da tecnocracia sobre a realidade do mundo do trabalho, quanto pelas restrições orçamentárias impostas que deterioram as condições de infraestrutura.
Aproveitando-se deste contexto, surge a oferta oportunista do fantasioso mundo das facilidades, ou seja, da distância do atendimento. É mais um mau-caratismo desse projeto, pois propor para os “concessores” do INSS a tranquilidade da retaguarda ou do pólo de análise, significa ocultar as evidentes contradições entre a pretensa vontade da direção do INSS e o sucateamento do serviço público.
Sequer as despesas de custeio (o pagamento da água e da luz, por exemplo) têm previsão orçamentária suficiente para cumprir os compromissos, demonstrando o quanto a promessa de melhores condições de infraestrutura é falaciosa, pois a única despesa prevista no projeto INSS “digital” são os 5,2 milhões em diárias, em ações orçamentárias preexistentes.
As ilusões vendidas, para convencer a categoria de que deve atuar como a “orquestra do Titanic”, precisam ser contrapostas com um debate construtivo sobre o INSS que queremos e qual a Previdência Social Pública teremos em nosso país.
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¹ Extraído de "INSS DIGITAL - Perguntas Frequentes"
Veja também:
- Respostas Sinceras #01: O que é o Projeto INSS Digital?
- Respostas Sinceras #02: Qual o objetivo principal do projeto INSS "digital"?
- Respostas Sinceras #03: Quais os resultados esperados do projeto INSS “digital”?
- Respostas Sinceras #05: O que é Acordo de Cooperação Técnica? Como será o controle sobre esses entes?
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